Wednesday, September 28, 2005

Fuga literária

É a mosca que me azucrina o tempo todo.
O sapato novo apertando os dedinhos.
A calça que veio da lavadeira hj, bem justinha.
É uma dor de enchaqueca.
Estresse que doi a nuca.
Uma vontade de gritar pela piedade divina.
Um suspiro de tédio.
O desejo de fugir pra qualquer lugar, ficar só.

Chega de melancolia.
Ai! Eu quero ser borboleta.

Eu nem me despediria.
Nem falaria com ninguém.
Deixava as lembranças dos tempos idos falarem mais alto.
Como num filme.
Eu nem diria bye, baby.
Nem adiantaria chorar de saudade.
O que é meu eu carrego.
Nem a fuga me toma!

Chega de saudade.
Ai! Eu quero ser protagonista.

E sumiria para bem longe.
Num lugar sem som familiar.
Sem pessoas velhas conhecidas.
Sem conversas já conversadas.
Sem palavras já faladas.
E das que foram já pensadas e não ditas.
Sem diários de bordo.
Sem experiências, sem maturidade.

Chega de imitação.
Ai! Eu quero ser... EU!

3 comments:

Anonymous said...

Eu também quero ser protagonista...

Anonymous said...

eu quero ser o antagonista da minha vida.quebrar convensões,regras.cuspir na cara do sensato e rir disso.é tudo o que eu posso querer agora...

Anonymous said...

Pois mude seja você...

Troque os moveis de canto, viva sem moveis... depois compre moveis novos... volte com seus moveis velhos... troque de roupa, mude todo o armário, ande de bicicleta, depois ande a pé.. acorde mais cedo, durma mais tarde, suba de escada, desça de elevador, beba cerveja, agora, vinho, depois cachaça... e agora, só água...

Mude, Mude, Mude... troque tudo de canto... Troque de carro, troque de cabelo, corte o cabelo pois ajuda a crescer, agora não deixe mais crescer...

Faça um mestrado, agora um doutorado. Rasgue o diploma, pois você é quem você é, não o que o papel diz que você é...
Junte os pedaços, cole com durex. Agora, pegue o durex e faça seu nome no teto... Agora na parede.. Agora na porta...
Troque de namorado, depois de amante, se não tem, invente um...

porque essa vida... é sempre um eterna mudança...

E não tenha medo de mudar...

Hugo Victor