Conversa é essa?

Era um diálogo que começava assim:
- Diz...
- Como é que tá?
- Bem... e tu? Como é fez o exame?
- Ainda não mulher, tô sem coragem... Já pensou se dá alguma coisa? Já imaginou que situação? Como é que vai ser? Eu me jogo do 10º andar...
- Eita que exagero! A gente não pode ser assim não menina... A vida é feita mesmo de desafios... Se no exame que tu fizer faltar um, ou vários... Chama o marceneiro que ele aperta... Né motivo pra se jogar do 10º andar não... Além do que... Eu mesma, que sou uma pessoa que me acho muito consciente... tive de mandar fazer uns reparos dia desses...
- É né? Acho que tu tem razão mesmo! Vou ligar é pro menino vir aqui me buscar pra eu não enloquecer esperando esse dia do exame!
- É liga, liga mesmo... É como diz a Elis: "A gente vai levando"!
- Vixe Elis... como era sábia...
Aí termina assim:
- Ei... Cadê a menina? Que nunca mais eu vi?
- Fugiu... levou a vida pra longe daqui...

O coisinha...

As vezes uma coisinha que não faz a mínima diferença no seu dia-a-dia, faz refletir tanto!! Eu estava bem sentada no sofá duro do meu apertamento assistindo a um filme que pouca gente deve ter assistido, quando, de uma hora para outra, eu saio de mim e começo a viajar no significado da palavra NU.

É, a língua portuguesa, esperta como ela só, vive dando milhões de significados para a mesma palavra.

Aí comecei: Nu - despido, sem vestimentas, sem carapaças, sem mascaras, sem vergonha, sem pudor, sem maldade (afinal, Adão e Eva andavam nus e viviam no paraíso), sem preconceitos, sem repressão, sem amarras, sem frescura (o ventinho que dá, é outra frescura)... Ser Nu, e não estar Nu, é mais que tirar a roupa, eu conclui, ser Nu, é ter a vontade de ser o que se é!!!

Fui longe, né?
Voltei vestida!


P.S.: O Filme, só pra não ser injusta, e também não matar as pessoas de inveja, é: O homem Nu - inspirado na obra de Fernando Sabino, direção: Hugo Carvana!